O Legado de um Pai
O Legado de um Pai
"Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra
que o Senhor teu Deus te dá”. Êxodo 20:12
Vou falar um pouco de minha experiência na infância para homenagear alguém que
amo muito, meu pai.
Meu pai nunca foi uma pessoa
muito carinhosa, ele herdou certa frieza de meu avô. Porem, sempre foi muito
integro, trabalhador, honesto.
Quando aprendi a ler e escrever
aos oito anos de idade, me levou para trabalhar com ele em sua pequena farmácia
de bairro. Chegava da escola, almoçava, descansava um pouco e mamãe preparava
um lanche que colocava na sacola. Eu pegava um ônibus a duas quadras de casa,
sozinho, e descia a uma quadra da farmácia. Ficava com papai até às 21 horas,
quando voltávamos juntos para casa.
Aos doze anos, mesmo sem ter
salário, papai assinou minha carteira, preocupado com minha aposentadoria. Eu
tinha folga no sábado, quando reunia a turma da rua para irmos aos campos de
várzea jogar futebol.
No domingo, acordava às 5 horas
da manhã, por conta própria, para ir a banca de jornal pegar exemplares do
Estado de Minas, que amarrava na garupa da minha “monareta” (quem é desse tempo
vai se lembrar), e percorria as ruas do bairro até vender o último exemplar. A
tarde eu passava na fabrica de picolés e pegava uma caixa de isopor cheia para
ir aos campos de Várzea vender. Nunca pedi dinheiro pro meu pai, sabia que ele não
tinha mais do que podia investir na manutenção da família.
Aos dezesseis anos fui
selecionado por uma empresa de RH para ir trabalhar no Banco Nacional como
continuo. O Banco tinha uma cooperativa que vendia alimentos a preço de
atacado. Minha mãe fazia compras lá para ajudar no sustento de nossa casa. O
valor era descontado no meu pequeno salário. Nunca reclamei. Sentia-me
gratificado em ajudar meu pai. O que sobrava eu comprava tênis e roupas.
Meu pobre pai nunca pode pagar
colégios particulares para mim. Nunca pode pagar faculdade pros filhos. Mas nos
ensinou o valor do trabalho honesto.
Eu passei no meu primeiro
vestibular na UFMG para sociologia em 1988. Mas não pude me matricular por que
não havia ainda terminado o segundo grau.
Casei, tive filhos, depois fiz
seminário com trinta anos, fiz pós graduações, e hoje sou pastor vocacionado, e
me preparando para continuar estudando, o que amo muito.
Ah! Meu pai... a coisa mais
importante que ele me fez, que jamais poderei recompensá-lo foi levar a mim, e toda
nossa família a uma igreja evangélica, quando tinha 15 anos. Ali, nós todos nos
rendemos a Cristo, e hoje vamos todos morar no céu.
Meu querido pai, eu te amo!!!
Vou falar um pouco de minha experiência na infância para homenagear alguém que amo muito, meu pai.
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