TEMOS A MENTE DE CRISTO

NÓS TEMOS A MENTE DE CRISTO!


Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Coríntios 2:16
           
Aqueles que estão em Cristo adquiriram pelo poder do Espírito capacidades exclusivas e distintas à nova vida gerada no nascer de novo, ofertadas gratuitamente como produto dos méritos de Jesus Cristo, o Senhor da Igreja.
             
Na prática significa uma profunda transformação, mudança radical do eixo hermenêutico que altera a Cosmovisão de um homem “natural”, sem Cristo, para uma Cosmovisão Cristã, daqueles que agora saboreiam uma visão realística do mundo tanto espiritual, quanto natural. Em outras palavras, significa que passamos a elaborar nosso pensamento, valores, princípios, e a julgá-los conforme a mente de nosso Senhor. Compreende então que teoricamente um cristão deveria pensar como Cristo pensa.
             
Isso acontece? Talvez não, com a frequência e a profundidade que deveria, mas nem por isso deve ser um alvo a ser abandonado.

Muitos estudiosos das Escrituras já se debruçaram sobre esse ponto: o que significa ter a mente de Cristo? E as opiniões convergem em um sentido básico que ter a mente é ser transformado e ser transformador.

Simon Kistemaker ao comentar parte desse verso afirma que :

A expressão mente de Cristo, portanto, significa o conhecimento que o crente tem de Cristo pela ação do Espírito e a apropriação da mensagem do evangelho.  (...)
O povo de deus, redimido por meio da obra de Jesus cristo, é chamado a amar a Deus de coração, alma e mente, e a amar o próximo como a si mesmo (Mt 22.37-39). Deve fazê-lo para expressar sua gratidão a deus pela salvação dada por Cristo. Devem orar para que o espírito Santo, que vive dentro deles, os conduza para mais perto de Jesus Cristo. Ter comunhão com Cristo significa ter a mente de Cristo, e eles querem servi-lo em gratidão.  (KISTEMAKER, 2004, 130).

A noção sagrada de que “ter a mente de Cristo” está relacionada diretamente a qualidade da comunhão de um servo com seu Senhor é fascinante. Gosto muito quando Leon Morris expressa com clareza sua ideia ao abordar essa passagem. Diz ele:  

(...) temos a mente de Cristo. Ele não quer dizer que o cristão é capaz de compreender todos os pensamentos de Cristo. Mas, sim, quer dizer que o Espírito que nele habita revela Cristo. Por conseguinte o homem espiritual não vê as coisas na perspectiva do homem do mundo, Ele as vê na perspectiva de Cristo.  (MORRIS, 2006, 49).

Perspectiva certa, só quem tem a “mente de Cristo” pode ter. Creio que cometeríamos menos pecados, erraríamos menos em nossas decisões particulares, públicas, e no que diz respeito as coisas da igreja, conciliares, se envidássemos esforços para tudo fazer dentro da perspectiva da “mente de cristo”.

Hernandes Dias Lopes citando Fritz Rienecker traz à luz a observação importante de que “(...) a mente de Cristo são os pensamentos, os conselhos, os planos e o conhecimento de Cristo, conhecidos pelo homem mediante a ação do Espírito Santo”. (LOPES, 2008, 51).

Calvino está inclinado a compreender que Paulo ao se referir “nós, porém, temos a mente de Cristo”, está pensando nesse momento nos Ministros, pregadores da Palavra. Calvino admite, entretanto que a aplicação também pode ser universal, ou seja, a todos os crentes. Ele elabora essa estrutura argumentando:

... os servos do Senhor são instruídos pela particular autoridade do Espírito, o que se acha demasiadamente distanciado da compreensão humana, a fim de que falem destemidamente, por assim dizer, [o que flui] da boca do Senhor. Posteriormente, esse dom se disseminará gradativamente por toda a Igreja. (CALVINO2003, 97).

Nesse momento podemos perguntar então: Qual seria a perspectiva correta para avaliarmos se estamos exercitando corretamente a “mente de Cristo” no nosso viver diário?

Penso que existem pelo menos três testes que podemos submeter nosso pensamento e ações para avaliar se de fato o que pensamos e realizamos está sob o crivo da “mente de Cristo”. Motivação, propósito e integridade.

Ter a mente de Cristo tem a ver com uma motivação santa!

O que deve motivar um cristão no exercício de seus dons e atitudes cotidianas? A recompensa a ser obtida? O reconhecimento pessoal? A escalada nos degraus do poder de sua instituição? Seu orgulho?

Se pensarmos como Cristo ficará muito claro que a motivação para servir sempre deverá ser prioritariamente a glória de Deus! “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste a fazer”. (João 17.4 ARA). “Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.” (João 6.38 NVI).

Ter a mente de Cristo tem a ver com propósito elevado!

Relacionado ao primeiro teste, a motivação, vem o alvo, o propósito, para onde estamos apontando nossos pensamentos e atos. Se o alvo tem a ver com nossa auto realização, penso que começamos mal. Mas se o propósito, sinceramente, tem a ver com a promoção de todo o desígnio de Deus, a realização de sua vontade, a obediência irrestrita aos seus mandamentos, então, acredito que encontramos um propósito elevado. Tão elevado que não depende mais de nós a sua realização, visto que esse propósito é divino, e se tombarmos no caminho, ou formos recolhidos por Deus, ele mesmo proverá outros que seguirão a mesma visão e objetivo por ele traçados e determinados.

Tem a ver com integridade de caráter

Uma cosmovisão cristã verdadeira infunde princípios e valores na mente e coração daqueles que a possuem. Esses não se curvam diante de manobras manipulativas que visam pragmaticamente atingir objetivos, e para alcançá-los sacrificam leis, princípios e valores bíblicos.

O caráter de um cristão é a imagem que ele possui de Cristo sendo formada em seu ser. Se seu caráter é fraco e comprometido é porque a imagem de Cristo não existe, ou se existe, ainda não passou de um pequeno esboço. É fato que a maturidade cristã revelará a seu tempo a lapidação maravilhosa que o Espírito laborou em nós, esculpindo em pedra bruta, nosso ser, a gloriosa imagem de Cristo, o propósito sublime da santificação do Espírito em nós. Assim como está escrito:

28 Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. 29 Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.  Romanos 8:28-29 (NVI)
           
Acredito que estou ainda muito longe de poder afirmar que “mente de Cristo” se formou em mim. Mas, como o próprio Paulo, atrevo-me a dizer que continuo a perseguir esse alvo. “Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar.” (1 Co 9.26 NVI). Paulo que em Filipenses confessa essa luta diária e seu objetivo com mais clareza:

10 Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte  11 para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.  12 Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.  13 Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,  14 prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.  15 Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá.  16 Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos.   Filipenses 3:10-16

Será que de fato “temos a mente de Cristo”? Resta-nos uma esperança, na qual me apego: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completa-la até o Dia de Cristo Jesus”. (Fp 1.6 ARA).

Soli Deo Gloria!
Afonso Celso de Oliveira
Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte

para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.

Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,

prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.

Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá.

Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos.
Filipenses 3:10-16
Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte

para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.

Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,

prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.

Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá.

Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos.
Filipenses 3:10-16

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DIA DA ESPOSA DO PASTOR PRESBITERIANO

MISSÕES URBANAS - AS CIDADES: UMA NOVA FRONTEIRA

O fascínio da personagem Peppa e o apelo familiar