PROJETO DE EMPOBRECIMENTO
"Entretanto, pouco é
necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não
lhe será tirada." Lucas 10.42
Nesses últimos dias venho
pensando seriamente em começar um esboço para um projeto de
"empobrecimento" para um futuro próximo. Se Deus permitir, dentro de
15 a no máximo 20 anos estarei aposentado pelo INSS. Mais uns 10 anos e
jubilado pela igreja. A gente sabe muito bem que a aposentadoria do INSS hoje
não é suficiente para sustentar ninguém dignamente (pelo menos manter o mesmo
padrão de vida de quando se estava ativo na economia do mercado de trabalho).
Uma previdência privada pode ser a solução complementar.
Mas, pra quê mesmo a gente quer
manter o padrão de vida mais elevado, ou pelo menos com mais conforto? Por uma
questão de status? De comodidade e segurança? Por não querer abrir mão de
nenhuma benesse da modernidade? E como fica nossa vida espiritual, nossos
relacionamentos importantes com gente que a gente ama e é amado? Precisamos
mesmo de ter tudo aquilo que temos hoje, ou isso tem se tornado mais uma prisão
do que uma liberdade de poder ter coisas que nos sejam uteis, ou pelo menos
pensamos ser uteis e não conseguimos viver sem ela.
Internet, smarthphones, tv a
cabo, carros modernos, equipamentos eletrônicos, roupas de marca (nem tanto),
etc. e tal, são alguns itens que nos acostumamos a ter no dia-a-dia e não
imaginamos com muito conforto viver sem elas. Mas precisamos disso tudo mesmo?
Como viviam nossos pais, e nossos avós? Como eles sobreviveram sem toda essa
modernidade? Os jovens de hoje nem imaginam que existe vida sem facebook,
instagram, twitter, ICQ, WathsAap, etc?
Bem, no meu esboço de projeto de
"empobrecimento" estou visualizando aqui na mente cortar um monte
dessas coisas, que hoje são importantes, até impreteríveis, mas que no futuro
próximo terei que aprender a não conviver com elas mais. Cada item que eu corto
de um lado, do outro da lista corta-se uma despesa também. Quanto menos itens
menos dinheiro precisarei para manter o orçamento doméstico. Vender o carro,
comprar um mais simples (aqueles que não precisam mais pagar IPVA, rsrs).
Vender todos os computadores, notebooks, Ipad, Smarthphones, etc. Manter
somente um celular (pré-pago) daqueles mais simples que "apenas" faz
e recebe ligações. Dar um adeus a NET e seus "trocentos" canais
inúteis. Première futebol nem pensar, o máximo será ouvir um jogo de futebol do
meu time pelo bom e insuperável radinho de pilha, como papai fazia no seu
tempo. Meu orçamento diminuiu agora mais ainda.
Mudar pra uma cidadezinha do
interior, se possível pastorear ou ajudar a pastorear uma igreja pequena sem
muito ônus para o presbitério local. Tem que ter pelo menos um rio, lago ou
açude com peixe pra poder pescar, porque disso eu não gostaria de abrir mão.
Plantar uma horta, criar umas galinhas, e colher do pomar as próprias frutas.
Caiu mais um pouquinho o orçamento.
Venderei a preço simbólico ou doarei
toda minha biblioteca com quase 4.000 títulos. Manterei a boa e velha Bíblia e
as Institutas de Calvino, obra magnifica. Meus olhos estarão cansados e a
sabedoria me guiará a ler somente aquilo que for vital e imprescindível para o
meu relacionamento com Deus.
O orçamento pode cair tanto que
eu nunca mais me preocuparei com declaração do imposto de renda. Entrarei
definitivamente na faixa dos isentos. Não precisarei mais recolher mensalmente
meu INSS de autônomo porque terei findado meu tempo de contribuição com a
previdência social. Conta no banco só se for poupança. Abrirei mão de cheque
especial, talão de cheques, cartões de crédito, empréstimos e financiamentos.
Nuhh... só aqui caiu uns 30% de custos e compromissos do meu orçamento
domestico.
E por aí vai... será meu doce e
meigo projeto de "empobrecimento". Só espero viver, se Deus assim
permitir, da maneira mais simples e curtindo prazeres verdadeiramente condignos
com minha amada esposa, e desfrutando à distância da amizade de meus filhos e netos,
porque eles estarão envolvidos nos seus próprios projetos. Ah, nesse tempo
adquirirei o direito de não mais visitar (só em datas especialíssimas e quem de
fato me custa muito caro) meus parentes e amigos, mas receberei visitas com
maior prazer.
Até lá!
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