CRISTO ESTÁ VIVO!



AS SETE APARIÇÕES DO CRISTO RESSURRETO ANTES DE SUA ASCENÇÃO AOS CÉUS
 
Rev. Afonso Celso de Oliveira

Jesus ressuscitou! Eis a maior noticia de todos os tempos, Cristo está vivo! Ele venceu a morte, o pior dos inimigos. O último inimigo a ser vencido, foi vencido! Jesus triunfou! Paulo pode dizer poeticamente as profecias de Oseias (Os 13.14[1]) e Isaias (Is 25.8[2]) em tom de desafio e glória: “... Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está ó morte, o teu aguilhão?”[3]
As evidências da ressurreição de Cristo são muitas. Desde o dia histórico em que Ele levantou-se do sepulcro até o dia que ascendeu aos céus, passaram-se quarenta dias[4]. Nesses quarentas dias Cristo permitiu-se ser visto por diversas testemunhas oculares que atestaram estar diante do carpinteiro de Nazaré, que havia sido morto, ferido e traspassado na cruz, mas que de forma triunfante e sobrenatural, caminhava pela região da Judeia e Galileia, vivo, forte, determinado, testemunhando seu poder sobre a morte, instruindo seus discípulos antes de finalmente partir para o retorno ao seu trono de glória. O trono de seu Pai, o trono de Davi, o trono do Cordeiro de Deus!
Nesses quarenta dias a Bíblia relata nos quatro evangelhos[5] sete aparições de Cristo, registro que demonstra a solidez do testemunho cristão da ressurreição. Sete não é um número qualquer, mas é o número da perfeição, da plenitude, da obra completa. A ressurreição é consumação da obra completa de Cristo na terra. 

1.     Jesus aparece a Maria Madalena
Sua primeira aparição ressurreta está registrada em João 20.14: “Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus”. Maria Madalena foi a primeira testemunha a ver o corpo de Jesus ressurreto[6]. Em principio ela o confundiu com algum jardineiro. Talvez por causa da turbulência de suas emoções. Pode ainda ser devido a névoa de seus olhos embotados pelo choro compulsivo que se abateu sobre todos, o fato é que em principio ela não o reconheceu. Somente quando Jesus a chamou pelo nome, ela percebendo a doçura da voz de seu mestre, caiu-lhe aos pés em adoração e espanto. (cf. v. 16). Outra mulher que acompanhava Maria Madalena também viu o Senhor e recebeu a ordem de voltar aos discípulos para anunciar que Jesus ressuscitou. (Cf. Mt 28.9-10). 

2.     Jesus apareceu a Pedro
Os detalhes da segunda aparição de Jesus nos são omitidos. Sabemos pelo relato dos discípulos em conversa com outros que vieram de Emaús, ao declararem: “... o Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão!”[7]
 
3.     Jesus apareceu aos discípulos de Emaús
A terceira aparição de Jesus ocorreu no mesmo dia das duas primeiras, quando ele se dispôs a caminhar em direção a vila de Emaús[8], uma aldeia distante de Jerusalém... Dois discípulos de Jesus iam adiante e Ele se aproximou deles, e juntou-se aos dois na conversa.  Conversavam sobre os últimos acontecimentos. Lucas nos conta em seu evangelho (v. 16) que havia certo impedimento para que esses discípulos o reconhecessem. O fato então é que eles caminhavam ladeados de Jesus ressurgido dos mortos e não sabiam. Jesus sabendo da tristeza e preocupação desses discípulos os provoca, perguntando o que acontecera que causara-lhe tamanha agonia e constrangimento. Eles explicaram os fatos ocorridos, tentando assim justificar a dor de seu luto. Ainda relataram que ouviram que mulheres, mais cedo, testificaram terem visto Jesus ressuscitado. Jesus então repreendeu a falta de compreensão daqueles discípulos dos ensinamentos proféticos a respeito de seu ministério. Expondo as Escrituras, demonstrou com clareza a natureza da morte expiatória do Messias, e a grandeza maravilhosa do poder de sua ressurreição. 

Chegando ao destino daqueles dois discípulos eles constrangeram seu companheiro de viagem a ficar com eles por mais um momento. Jesus entrou naquele salão, assentou-se à mesa, e quando partiu o pão, e fez a oração da bênção, os olhos desses discípulos foram abertos e compreenderam que aquele companheiro de viagem era Jesus ressurreto. Antes que eles pudessem abraça-lo e beijá-lo, Jesus desapareceu. Trasladou-se dali, imediatamente. Vindo a aparecer em outro lugar.
4.     Jesus apareceu a dez discípulos em Jerusalém
A quarta aparição de Jesus ocorreu no final daquele dia, domingo da ressurreição, ao cair da tarde, mais a noite.  O relato é surpreendente. João nos conta que existia uma barreira imposta para que ninguém adentrasse no ambiente onde os discípulos estavam reclusos, escondidos, aterrorizados ainda com os últimos acontecimentos, temerosos por suas vidas, com medo de que os judeus pudessem dar a eles o mesmo fim que deram a Jesus. Portas trancadas não foram suficientes para impedir que o corpo ressurreto de Jesus, que adquirira propriedades físicas extraordinárias traspassasse paredes e se colocasse bem no meio deles. “Paz seja convosco!”. Era tudo que eles precisavam ouvir, e ver. Jesus ressurreto, abençoando seus discípulos com um derramar exponencial de paz! Para que não restasse nenhuma dúvida de que se tratava de um homem, com corpo, e que era Jesus, ele lhes mostrou as marcas de seu suplicio na cruz. Mãos e pés furados pelos pregos romanos. Seu lado traspassado pela lança do saldado da guarda que o executara. [9]

5.     Jesus aparece a Tomé e aos demais discípulos
A quinta aparição de Jesus aconteceu, oito dias depois[10], em domingo também, num contexto de ceticismo de um de seus discípulos, Tomé. Todos os demais já haviam visto Jesus ressurreto, menos Tomé. Tomé, ao ser informado de que Jesus estava vivo, cético, afirmou que só poderia acreditar se tivesse evidências cientificas irrefutáveis de que o corpo de Jesus voltará dos mortos. “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei”.[11]
 
Da mesma forma que no domingo anterior, Jesus surge entre seus discípulos de forma espetacular, com as portas trancadas, seu corpo surge no meio dos discípulos. Ele os saúda com a “paz seja convosco”, e imediatamente se dirige a Tomé, demonstrando sua onisciência. Jesus deixa-se submeter aos testes científicos que Tomé havia proposto aos outros discípulos como condição sine qua non para que pudesse crer em sua ressurreição. E o desafia: “não seja incrédulo, mas crente”. Tomé cai de joelhos e pela primeira vez nos evangelhos Jesus é chamado diretamente de Deus. “Senhor meu e Deus meu! Em seguida, Jesus profere uma bênção profética: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.[12]
 
6.     Jesus aparece a sete discípulos na Galileia – Restaura Pedro
A sexta aparição de Jesus aos discípulos foi registrada também no evangelho de João. Ocorreu, segundo essa narrativa, dias depois do encontro com Tomé. Não sabemos o tempo exato, mas João nos revela o local e as circunstâncias. Foi às margens do mar de Tiberíades[13]. Região da Galileia[14]. Sete discípulos resolveram ir pescar. Pedro, Natanael, Tomé, Zebedeu, e outros dois anônimos. Passaram a noite em tentativas frustradas. Uma pesca fracassada. Ao clarear da madrugada, Jesus se encontrava na praia. Os discípulos o veem de longe, cerca de 100 metros de distância, mas não o reconhecem. Ele, então, lhes pergunta se têm algo para comer. A resposta é negativa. Jesus lhes orienta então: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Intuitivamente eles assim o fizeram, e as redes se encheram de tal forma que quase não conseguiram puxá-la..

João foi o primeiro a perceber que aquele “estranho” era Jesus. Dentro do barco, apontou para ele, e exclamou: “É o Senhor!” Pedro, imediatamente, vestiu suas roupas, pulou do barco e nadou até Jesus. Foi nesse episódio que Cristo tratou de forma profunda e amorosa com a restauração de Pedro[15], deixando bem claro e evidente seu pleno perdão e seu chamado para que Pedro liderasse sua igreja. 

7.     Jesus aparece aos discípulos e outras testemunhas oculares – a Grande Comissão e sua Ascensão
A sétima aparição de Jesus antes de sua ascensão aos céus foi narrada por ocasião de sua despedida, ocasião em que Jesus deu suas últimas instruções aos discípulos sobre a Grande Comissão, sobre aguardar em Jerusalém o revestimento de poder do Espírito Santo[16], e a ordem para  expansão do evangelho. Isso ocorreu na cidade de Betânia.[17]No monte das Oliveiras, mesmo local onde Jesus 40 dias antes havia sido preso para ser morto na Cruz, agora Ele é elevado as alturas para ser glorificado junto ao Pai.[18]


[1] “Eu os remirei do poder do  inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição?...”
[2] Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o SENHOR as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo, porque o SENHOR falou.
[3] 1 Coríntios 15. 54b-55
[4] Atos 1. 3
[5] O apostolo Paulo em 1 Corintios 15.5-7 relata que Jesus foi visto por Pedro, Tiago e por mais de 500 pessoas de uma só vez. Essa multidão não é registrada de forma explicita nos evangelhos, o que não invalida o testemunho paulino. Pode-se inferir que entre uma dessas aparições, provavelmente a última quando ele instruía sobre a Grande Comissão e era elevado aos céus, existia uma grande multidão junto ao monte das Oliveiras que testemunhou esse acontecimento espetacular.
[6] Veja também Marcos 16.9-11
[7] Lucas 24.24b
[8] Veja o relato de Lucas 24. 13-35
[9] Cf. João 20.29-20
[10] Veja o texto de João 20.24- 29
[11] João 20.25
[12] João 20.29
[13] João 21.11-14
[14] Marcos 28.16-17
[15] João 21. 15-21
[16] Atos 1. 4, 8.
[17]  Lucas 24.50; Marcos 16.19;
[18] Atos 1.12

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